domingo, 11 de março de 2012

Histórias Cruzadas - 2011



Baseado no best seller de Katheryn Stockett, o diretor e roteirista Tate Taylor traz uma adaptação para os cinemas de uma história que encanta e emociona.
Histórias Cruzadas (The Help), é ambientado na década de 60, no estado do Mississipi. Uma época marcada por lutas e racismo.
Skeeter (Ema Stone), é uma jovem idealista que sonha em ser escritora, e consegue um emprego no jornal local. Sua prioridade era sua profissão, enquanto para as outras mulheres, o que importava era casamento e aparências. Skeeter, vendo a forma como eram tratadas as empregadas domésticas (todas negras), vê em suas mãos a chance de escrever sobre algo que realmente lhe interessava e incomodava.
E é com a empregada Aibellen (Viola Davis, fantástica!), que ela começa a redigir as histórias dessas mulheres que viviam sobre constantes ameaças. Com medo de serem descobertas, as mulheres se reuniam na casa de Aibellen, já que qualquer ato considerado incitação à igualdade entre brancos e negros, era crime.


Como já dito no início da resenha, o filme encanta e emociona, mas sem partir para pieguice ou sentimentalismo barato. Ficamos estarrecidos ao ver como os negros eram tratados, em especial, as empregadas domésticas.
Oriundas de famílias pobres, as garotas negras já nasciam sabendo o que seriam: empregadas. Criavam os filhos dos brancos, amavam e recebiam amor dessas crianças, para mais tarde servirem-nas como suas criadas, ou serem mandadas embora pelo menor deslize, sem consideração alguma, após anos de dedicação.
Os banheiros eram separados. Elas não podiam usar os banheiros dos patrões, nem talheres, copos e pratos, e Hilly Holbroock (Bruce Dallas Howard), encarregava-se de fiscalizar e manter tanto empregadas quanto amigas ali, sob suas rédeas, já que era presidente da liga júnior, e é por trás de um moralismo travestido de cuidado com as famílias brancas locais, que Holly aproveita para realizar seus atos mais detestáveis.
No entanto, não eram somente os negros vítimas do preconceito. Celia, uma personagem aparentemente fútil e vulgar, não era bem quista entre as mulheres locais por ter se casado grávida e com um ex-namorado de Holly. Mas quando Minny (Octavia Spencer), vai trabalhar em sua casa, percebemos uma mulher dócil, ingênua e humana, era como as crianças que Aibellen criou, ou seja, não se importava com a distinção entre cores de pele.
Interessante observar que não eram somente as empregadas submissas às suas patroas e maridos. As mulheres brancas também eram submissas a um mundo de aparências, um mundo em que o prestígio e bom nome contavam mais que ser justo, generoso e verdadeiro.


Aliás, o filme é justamente sobre verdade. A verdade que pode libertar um ser humano aprisionado e subjugado aos mais diversos tipos de humilhações. E é assim que os negros se sentem quando o livro é publicado: livres! Foi um verdadeiro soco no estômago de uma sociedade tão hipócrita e vazia.
As personagens foram muito bem construídas, e isso resultou em um drama com pitadas de comédia que te prende do início ao fim. É muito mais que um filme sobre racismo, é sobre força feminina, coragem, amizade e ajuda.


"Você é gentil, você é inteligente, você é importante"

Um comentário:

  1. Oie!

    Ando atrasada, até com textos meus. Dai levando os seus textos aos poucos. O próximo será esse.

    Eu amei esse filme!

    Beijos,

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