sábado, 30 de março de 2013

O Amor e a Fúria - 1994



No subúrbio da Nova Zelândia, uma família de ascendência maori convive com um pai extremamente violento, que tem problemas com bebidas e arruma brigas em bares. A mãe é espancada diariamente e dois dos cinco filhos acabam se envolvendo com a marginalidade, e a filha adolescente que seria o apoio da mãe, também começa a enfrentar problemas.
Primeiramente devo dizer que este é um filme fodido que conta uma história de pessoas fodidas. Não espere ver paisagens bonitas, nem mulheres glamorosas (como estamos acostumados a ver nos filmes americanos). A trama é da Nova Zelândia, e eu me lembro muito bem a primeira vez que o assisti (talvez isso já fosse um sinal de que um parafuso faltava na minha cabeça, onde já se viu uma garota de 14 anos assistir um filme desses, gostar e ficar obcecada?). O Amor e a Fúria dirigido por Lee Tamahori (Na Teia da Aranha), é um filme visceral, ele ataca seu estômago para depois remexer com seu cérebro. 
É por isso que o considero como um dos melhores filmes dos anos 90. Ele é atemporal. Toca em assuntos que são bastante atuais como: violência doméstica, estupro, revolta, suicídio. Beth (Rena Owen) é a mãe dessa família caótica. À princípio, vemos uma mulher submissa ao marido, recebendo seus amigos bêbados em casa, e apanhando. Nos perguntamos: por que? Por que ela suporta? Já a julgamos fraca.
Julgamento errôneo! Pois é Beth quem suporta todos os problemas da família, enquanto o marido Jake (Temuera Morrison) busca refúgio na bebida e na violência.


" Continua a ser escravo Jake! Dos teus punhos, da bebida, de ti próprio!"

O ponto de apoio de Beth é sua filha Gracie (Mamaengaroa Kerr- Bell), uma jovem de 13 anos que ajuda a mãe com as crianças menores, apóia os irmãos mais velhos, escreve histórias e se recusa a ter o mesmo destino que a mãe. Gracie é terna, meiga, mas ela também encontrará a violência, tudo pela omissão dos pais.


No entanto, Beth vai ganhando força, vida, ao longo do filme. Ao ver sua família deteriorada, liberta-se do amor doentio que sentia por Jake, e finalmente ela pôde encontrar sua força interior, a força que lhe faltava para defender os filhos que tanto ama, a força de uma verdadeira guerreira! Beth é a mulher que ama, que luta contra seu algoz, a mulher que sonha. Jake é só um homem que precisa se autoafirmar através dos seus músculos, porque na verdade ele não se sente suficientemente bom para Beth. Ele sabe que sem ela, ele não é nada.

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