segunda-feira, 1 de abril de 2013

L'Apollonide: Os Amores da Casa de Tolerância - 2011



Um famoso bordel da França do final do século XIX vive seus dias de decadência. No entanto, é nesta casa que muitos homens vão buscar refúgio nos braços de belas mulheres, que se dispõem a tudo para agradar seus clientes. Trama dirigida dirigida pelo francês Bertrand Bonello.
Primeiramente devo dizer que na filmografia de Bertrand Bonello só consta L'Apollonide, e se minha pesquisa estiver correta, Bonello revela-se como um dos melhores diretores e roteiristas desta década.
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância poderia ser mais um filme sobre prostituição, mas não é. A trilha sonora é simplesmente fabulosa, o figurino é impecável e a fotografia é belíssima.


Também devo fazer uma crítica ao site Sonata Première ( esse é o blog que uso para baixar a maioria dos filmes), que qualificou o filme como "erótico", e de erótico ele não tem absolutamente nada. Trata-se de um drama muito bem construído acerca das belas prostitutas desta casa de tolerância que sonham encontrar um cliente que pague suas dívidas para que elas possam sair e ter outra vida. Sim, elas sonham com outra vida, apaixonam-se pelos clientes, choram por eles, mesmo sendo submetidas às mais constantes humilhações.
Essas mulheres eram escravas. Precisavam estar sempre limpas, perfumadas, e entre um cliente e outro sempre havia um ritual de higiene. Algo que cansa só de olhar, mas elas tinham que estar sorridentes, dispostas a tolerar 3, 6 clientes em uma noite. A personagem que melhor representa toda essa tristeza travestida de alegria é Madeleine, que após confiar cegamente em um cliente que conhecia há anos, acaba ficando famosa como "a mulher que ri", uma metáfora perfeita para o riso forçado, o choro contido.
A amizade que se forma entre elas é algo comovente. Até mesmo a cafetina não tem aquela figura malévola e exploradora que estamos acostumados a ver. Ela cobra as dívidas das garotas, mas preocupa-se com elas, não as trata mal, mas é exigente quanto à higiene e saúde das meninas.


As casas de tolerância não existem mais. Não com o requinte e glamour do século XIX. Então, onde foram parar as prostitutas? Conseguiram elas ser livres? O que mudou do século XIX para o século XXI? Esses são alguns questionamentos que podemos fazer sobre essas mulheres que sempre viveram à margem da sociedade.


"Se eu sair daqui, nunca mais faço amor"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua participação é importante. Obrigada pelo comentário!