terça-feira, 23 de abril de 2013

Pariah - 2011



Trama dirigida por Dee Rees  e que conta a história da adolescente Alike (Adepero Oduye), moradora do Brooklin e que tenta de todas as maneiras esconder sua homossexualidade dos pais ( Kim Wayanes e Charles Parnel) . A única pessoa que sabe seu segredo é sua melhor amiga Laura (Pernell Walker)  que também é lésbica e por essa razão, a mãe desaprova esta amizade. Juntas, as duas frequentam boates GLS na esperança de que Alike encontre uma namorada. Filme vencedor do festival de Sundance 2011.
Obs: Pariah = uma pessoa sem status, um membro rejeitado pela sociedade. 

"Para onde voava o pássaro sem patas, encontrava árvores sem galhos."
Andre Lorde

É com esta citação que começa o filme Pariah. E em seguida vemos Alike e Laura em uma boate GlS, Alike vestida de menino, feliz, sentindo-se livre, mas ao mesmo tempo apreensiva, pois queria conhecer alguém. O tempo passa, Laura e Alike precisam ir embora, Alike se veste de menina dentro do ônibus, nesta cena já podemos concluir que os pais não aceitam a homossexualidade da filha.
Li muitos comentários à respeito desse filme e um deles é que as lésbicas ficaram estereotipadas. Discordo completamente dessa afirmação, pois o que vemos é uma adolescente de 17 anos lutando para viver sua sexualidade, a não aceitação da família, o preconceito que ela e outras garotas sofrem no bairro, isso não é estereotipo, é a realidade de muitos jovens retratada na tela dos cinemas.
Um outro fator que merece destaque, é a aproximação de Lee (Alike) e uma amiga do colégio. É claro que a garota sabia que Alike era lésbica, e se aproveitou disso para brincar, ou para matar sua curiosidade (isso é só uma hipótese minha), já que a garota foi totalmente indiferente no dia seguinte, sem se importar com os sentimentos de Alike, apenas diz: "Não conte para ninguém."
E podemos dizer que isso acontece? Sim podemos. Com tantas declarações de famosos que se dizem bissexuais, parece que que virou modinha entre os jovens experimentar de tudo, ser de todo mundo e dane-se o resto! Nada contra os bissexuais! Pelo contrário! Sei perfeitamente que é possível sim um homem ou uma mulher sentir atração pelos dois sexos, mas o que questiono aqui é a banalização. A garota dormiu com Alike em uma noite e no outro dia estava com um menino! E disse ainda: "Eu não sou gay!"
É claro que isso provocou um caos em Alike, afinal era sua primeira experiência, para ela foi verdadeiro, foi entrega total, e não só um passatempo.
A mãe esta sempre preocupada em vestir sua garotinha como menina e garantir que ela ande com companhias femininas. O pai é relapso, sabe da homossexualidade da filha, mas não quer aceitar. Afinal, ele é um policial, e isso seria vergonhoso, não? Ele não suporta a esposa com seus fundamentalismos, ele a trai, até sentimos raiva dele, mas é este homem quem estenderá a mão para Alike no momento em que ela mais precisará.


"Não há nada de errado comigo."

Lee além de corajosa é uma grande escritora, e fez sua escolha. Isso exigiu que ela atravessasse um caminho  árduo, mas escolhas exigem sacrifícios, exigem renúncias, exige coragem.


"Diga a mamãe que Deus faz as coisas certas."

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