terça-feira, 24 de setembro de 2013

3096 Tage



Filme de 2013 dirigido pela cineasta americana Sherry Hormann (A Flor do Deserto), narra a história verídica de Natascha Kampusch, austríaca que foi sequestrada aos dez anos de idade por Wolgang Priklopil e conseguiu fugir do cativeiro com dezoito anos. 3096 Tage ou 3096 Dias sãos os dias que Natascha esteve presa. A obra de Sherry Hormann foi baseada no livro homônimo de Natascha Kampusch.
Elenco: Amelia Pidgeon (Natascha criança), Antonia Campbell - Hugnes (Natascha adolescente) e Thure Lindhardt (Wolfgang Priklopil).

A diretora Sherry Horman foi bastante corajosa quando aceitou este projeto. O sequestro que teve início em 1998 e só terminou em 2006, repercutiu o mundo inteiro e ainda gera polêmica, por isso Hormann enfrentou dificuldades quanto ao elenco. Nenhum ator austríaco ou alemão queria fazer o papel do sequestrador, muitos recusaram sem mesmo ler o roteiro, segundo a própria diretora. Thure Lindhardt e Antonia Campbell - Hugnes foram as escolhas perfeitas para interpretar este drama tenso.
Poucas falas, e com um desenrolar propositalmente lento, a trama começa com Natascha ainda criança (Amelia Pidgeon esteve excelente!), em uma discussão com a mãe ela sai aborrecida para a escola e durante seu trajeto Wolfgang a leva em uma Van branca.
Não é confortável ver uma criança sendo maltratada, e já adolescente sofrendo todos os tipos de abusos físicos e psicológicos. A caracterização da atriz Antonia Campbell - Hugnes foi assombrosa! Antonia tem 30 anos, e teve que emagrecer muito para interpretar Natascha. Seu aspecto anoréxico, a fragilidade de um corpo de menina é algo que imediatamente nos faz pensar: "essa garota deve ter tido uma força psicológica muito grande para sobreviver durante oito anos enclausurada e sofrendo todo tipo de violência, caso contrário teria morrido", e as duas atrizes fizeram um belo trabalho ao transmitir essa força, e vontade de viver com um olhar ora determinado, ora amedrontado, triste, feliz (sim, existiram momentos felizes na memória de Natascha).


Já Thure Lindhardt incorporou o papel do típico vilão frio, calculista, sem culpa nem sentimentos, embora ele tenha proporcionado alguns momentos de ternura e alegria para a sua prisioneira. Tanto o personagem de Natascha quanto o de Wolfgang carregam bastante carga emocional.
Esteticamente o filme é claustrofóbico e desconfortável. A produção foi muito cuidadosa em recriar o ambiente em que Natascha ficou confinada: a casa, a cela, o vestido que ela usava no dia do sequestro, o contraste de luzes quando a garota ganha alguns "privilégios" como por exemplo, sair com seu algoz, tudo isso contribuiu para entendermos o sentimento que ela tinha quando estava presa e em "liberdade". Claro que é uma liberdade ilusória porque isso não diminui a tensão de ter o sequestrador sempre por perto.
Explicar porque alguém mantém uma pessoa em cárcere privado durante oito anos não é o objetivo da película. O filme  é um relato forte e impactante de uma menina que teve sua infância e adolescência perdidas.

Cotação: Quatro Estrelas

Link para assistir online:  3096 Tage

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Respeitável Público: O Palhaço!



Benjamim (Selton Mello) trabalha no circo Esperança e junto com seu pai Valdemar (Paulo José) formam a dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Benjamim esta enfrentando uma crise existencial, não sabe se é essa vida circense que quer levar, e terá que decidir entre seguir seu próprio caminho ou continuar com a trupe.
Filme de 2011 dirigido por Selton Mello (Final Feliz). Este é seu segundo trabalho como diretor.
Esse é outro filme que certamente jamais irei me perdoar por ter demorado tanto tempo para assistir. Encantador definiria esta obra dirigida por Selton Mello com roteiro também de Selton Mello e Marcelo Vindicatto. 
De uma simplicidade e magia contagiantes o filme se propõe a perguntar: qual o meu lugar no mundo? O que estou fazendo tem sentindo para mim? São esses questionamentos que fazem com que Benjamim (Selton Mello, brilhante como sempre!) queira buscar um outro estilo de vida, suas dúvidas sobre seu talento como artista circense ficam tão nítidas que Mello consegue expressar toda essa aparente apatia somente com a voz.
E o que dizer de Paulo José? Paulo José é um grande ator brasileiro que mesmo com sua doença (mal de Parkinson) conseguiu desempenhar muito bem o papel do palhaço Puro Sangue, e seu olhar paterno para o filho Benjamim é comovente.


E é com muito orgulho que devo dizer que o filme faz menções a cidades do interior de Minas Gerais (meu Estado querido, minha terra amada), cidades como Passos (terra natal de Selton Mello) e Montes Claros são vistas em placas, cidades que conheço bem e poder escutar o sotaque do meu Estado em um filme sem que isso se torne pejorativo, é bom demais da conta!
Cheio de cores e luzes, aquele humor infante que me remeteu a infância de outrora quando eu me debulhava em lágrimas assistindo Os Saltimbancos dos Trapalhões, isso me fez pensar na delicadeza e profundidade em um único filme! Não foi à toa que ele foi tão bem recebido pelo público, pelos críticos e rendeu uma premiação de melhor diretor para Selton Mello no festival de Gramado. Muito Justo!
Este realmente é um grande filme que conta com com um elenco muito bom, e um artista que tenho muito orgulho em dizer que é brasileiro e mais ainda! É mineiro! Selton Mello nasceu para o cinema, ou o cinema nasceu para ele?


Se você acha que o cinema brasileiro resume-se às favelas, tráfico de drogas e às famigeradas comédias românticas da Globo Produções, sugiro desfaça esses pensamentos porque decididamente O Palhaço e tantos outros filmes (que pretendo comentar em breve) estão aí para mostrar o contrário. O Brasil tem uma forma peculiar de fazer cinema, assim como a Argentina, Itália, Espanha, EUA, etc, nós temos nossa própria cultura que deve ser valorizada. Entristece-me bastante quando escuto alguém dizer que não gosta do cinema nacional, no meu ponto de vista é não gostar de ótimos roteiristas, ótimos diretores e ótimos atores, e posso garantir que O Palhaço vai fazer você chorar e aplaudir de pé!
Livre-se dos preconceitos e assista este espetáculo singelo, puro, e apaixonadamente tocante dirigido, escrito e protagonizado por um dos melhores atores de sua geração. Senhoras e Senhores: Selton Mello.

Link para assistir online: O Palhaço

Cotação: 5 estrelas

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Nada Pessoal



Uma jovem recém-separada (Lotee Verbeeck) decide sair da cidade e perambular pelo oeste da Irlanda, vivendo apenas com o que a natureza lhe proporciona. Certo dia ela encontra um sítio cujo dono é Martin (Stephen Rea) e ele lhe oferece emprego no jardim em troca de comida. Arredia, a moça aceita com a condição de nunca fazerem perguntas pessoais.
Filme de 2009 escrito e dirigido pela polonesa Urzula Antoniak (Code Blue).
Urzula Antoniak conseguiu tocar em dois pontos que são difíceis para o ser humano: o recomeço e o início de uma relação. Ciclos da nossa vida que aparentemente podem ser banais, mas na verdade são bastante profundos e a cineasta conseguiu com um roteiro que praticamente não tem diálogo, tocar nessa ferida do homem : o medo do novo.
À princípio vemos a bela jovem em um apartamento que parece ser seu, olhando pela janela pessoas remexerem em caixas com objetos. Supomos então que sejam seus objetos já que o apartamento esta vazio. Ela passa os dedos sobre uma aliança e a tira.
Em seguida, ela já esta andando sozinha nas estradas, pedindo carona, acampando em lugares que parecem inóspitos (mas que não deixam de ser uma bela paisagem), comendo comida do lixo, correndo perigo nas estradas. Ela parece fugir. Mas fugir do que?
Tudo muda quando ela encontra o sítio de Martin. Um homem que assim como ela cultiva a solidão e aprecia a natureza. Ela começa a trabalhar para ele em troca de comida, nada de perguntas pessoais, nenhuma intimidade, a jovem parece não querer se abrir, mas também parece assustada, não quer se apegar e ser abandonada novamente.
Com o tempo uma relação começa a crescer de  forma bastante peculiar. Não é como em outros filmes em que as pessoas se conhecem conversando. Martin e a jovem criam um vínculo a partir de coisas concretas, e assim um vai ganhando o respeito e a confiança do outro. 
Isso nos faz pensar em como estabelecemos nossas relações. Martin não sabia o nome da jovem (até um certo momento), no entanto, ambos estavam visivelmente apaixonados. Uma relação madura que foi crescendo dia após dia e vencendo o medo de perder, de recomeçar.
Stephen Rea e Lotee Verbeeck emocionam com suas atuações. Não é preciso nenhum diálogo, não é preciso saber quem são, os olhares, os dedos que roçam, a música que toca, a retribuição de carinho, tudo tão minimalista e singelo, mas ao mesmo tempo poético! 


É o ciclo da vida, o eterno recomeçar, o depreendimento do passado, uma nova chance, a coragem. Nunca um "ei você!" soou tão romântico.

Link para assistir online: Nada Pessoal

Cotação: 5 estrelas

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Beleza Americana: A Beleza da Mentira e das Aparências



Em uma cidade no interior dos EUA moram duas famílias: uma delas vive um relacionamento extremamente falso. O casal parece ser dois estranhos, Lester (Kevin Spacey) é um homem conformado com uma vida que nunca quis. Sua esposa Carolyn (Annette Bening) é uma corretora de imóveis que só pensa em ter sucesso profissional, eles têm uma filha adolescente Jane (Thora Birch) que os odeia, sobretudo o pai sem uma razão aparente.
Os novos vizinhos mudam-se e parecem ser também uma família comum. O coronel da marinha Fitts (Chris Cooper) é rigoroso com sua esposa Bárbara ( Allison Janey) e seu filho Ricky ( Wess Bentley), ele mantém a casa como se fosse um quartel general, além de ser homofóbico e opressor.
Certa noite, Lester encanta-se pela melhor amiga de sua filha, Angela ( Mena Suvari), e decide fazer mudanças radicais na sua vida, enquanto Ricky e Jane iniciam um romance.
Filme de 1999 dirigido por Sam Mendes (Foi Apenas um Sonho). Ganhou o Oscar de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Kevin Spacey), melhor roteiro (Alan Ball).
Já mencionei aqui o quanto acho este filme fantástico. Ele consegue tocar na ferida do ser humano de uma forma poética, com um roteiro que simplesmente nos faz ter vergonha de ser quem somos.
Confesso que é preciso sim ter muita sensibilidade para captar as nuances do filme que às vezes podem parecer banais, mas não são. Todo o elenco esta afiadíssimo, mas destaco aqui as atuações de Kevin Spacey que merecidamente ganhou o Oscar, e de Annette Bening que faz o papel da insuportável Carolyn.
Juntos eles formaram um casal que eram dois desconhecidos, Carolyn só se importava com as aparências e Lester estava cansado do emprego e de toda aquela vida rasa que ele levava. Perto da filha e da esposa ele se sentia um perdedor, Kevin Spacey esteve ótimo interpretando o típico homem "preso a algemas".
É interessante observar como a postura de Lester vai mudando ao longo do filme. E quando falo postura, me refiro à postura corporal mesmo. No início vemos um homem meio corcunda, cabisbaixo, e que para ele a melhor hora do dia era quando se trancava no banheiro e se masturbava, parecia que o peso do mundo estava sobre suas costas, um peso que ele era obrigado a carregar, a suportar.
Tudo muda quando ele conhece Ricky, que por ser jovem e desistir de um emprego bem na sua frente,  faz com que Lester começe a repensar sua vida. Mas é em um jogo de basquete, durante uma apresentação de dança da sua filha que ele fica completamente fascinado por Ângela, e as fantasias que ele começa a ter com ela sempre coberta por pétalas de rosas, uma rosa que sua esposa cultivava no jardim e que existe nos EUA, uma flor muito peculiar que não tem espinhos e nem perfume, uma perfeita metáfora do ser humano vazio. Segundo as palavras do próprio Lester: "espetacular".


E é aí que as verdadeiras mudanças começam a acontecer. Lester larga o emprego, começa a malhar e fumar baseado, um homem visivelmente cansado de aparências e que queria viver como se cada dia fosse o último da sua vida.
Todos os personagens têm algo a esconder. Todos vivem de aparências, no entanto, mesmo este sendo o tema central do filme, ele também fala da coragem de recomeçar, de ser transparente.
E quanto ao coronel opressor que vivia dentro do seu mundinho cheio de regras e preconceitos? O que ele escondia debaixo daquela carcaça opressora?
Acredito que este seja o melhor trabalho de Sam Mendes. Roteiro, atuações consistentes, trilha sonora, fotografia, absolutamente tudo se encaixou culminando em uma obra-prima feita exclusivamente para repensar nossa postura diante da vida. Impossível ser o mesmo depois de assistir Beleza Americana.

Link para assistir online: Beleza Americana

Cotação: 5 estrelas



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Réquiem Para um Sonho



Quatro personagens sonham com um futuro promissor: Sara Goldfarb (Ellen Burstyn) é viciada em TV e quer emagrecer para que seu vestido preferido lhe sirva e ela possa participar de um programa televisivo, obstinada, Sara recorre a um médico que lhe receita anfetaminas trazendo consequências físicas e psicológicas com o passar do tempo.
Sara é mãe de Harold (Jared Leto) que é namorado de Marion Silver (Jennifer Connelly) o casal sonha em abrir uma loja de roupas, mas eles tem mais que o sonho em comum, tem também o vício pela heroína.
Tyrone (Marlon Wayans) quer ter paz paz e sossego, mas também é viciado em heroína.
Filme de 2000 dirigido por Darren Aronofsky (Cisne Negro). Baseado no livro de Hubert Selby Jr.
Réquiem segundo o dicionário Priberam quer dizer "descanso, repouso", mas pode ser também uma música que era utilizada na antiguidade para os mortos.
Bem, comecei analisando o título da obra porque me parece bastante pertinente entendermos a razão do nome do filme e porque toca quase sempre a mesma canção.
Primeiramente devo dizer que acho este filme fantástico. Uma das primeiras películas de Aronofsky que já tinha se revelado um diretor promissor em "PI", no entanto Réquiem para um Sonho é menos experimental que seu antecessor e mesmo com o amadurecimento de Darren no cinema, existe uma coisa que lhe é peculiar: a câmera sempre focada nos personagens de maneira que consigamos enxergar o que o personagem enxerga e não o mundo visto de quem esta do lado de fora.


Além de Darren Aronofsky ser um diretor muito centrado (seu primeiro filme PI lhe rendeu o prêmio de melhor filme no festival de Sundance), ele consegue extrair o melhor dos atores. E Réquiem não me deixa mentir. Ellen Burstyn em uma atuação irretocável concorreu ao Oscar e injustamente perdeu. Jared Leto, Marlon Wayans que faziam filmes comerciais conseguiram se sair muito bem (Jared Leto teve que emagrecer muito para interpretar Harold). E Jennifer Connelly (sempre bela e convincente), arrisco a dizer que sua carreira tenha alavancado depois desse filme.
O filme não fala somente sobre o vício das drogas, fala também sobre o vício na TV, na comida. Interessante como mostra que as estações do ano estão intercaladas com as vidas dos quatro personagens: quatro estações, quatro pessoas correndo atrás de um sonho. Primavera e verão: Tyrone e Harold começam seu próprio negócio com drogas, entre Harold e Marion tudo esta perfeito. Sara começa a emagrecer tomando anfetaminas.
Outono e Inverno: Abstinência, crise no namoro, os extremos, a loucura.



"Tinham um ao outro e beijaram-se, e empurraram os medos um do outro para um canto, acreditando na luz do outro, no sonho do outro..."
Hubert Selby. Jr: autor do livro que deu origem ao filme

E por que dei a definição de réquiem no início da crítica? Toda vez que um dos personagens estava prestes a perder seu sonho, tocava a mesma canção. E particularmente achei a música bastante apropriada para as cenas, ela é triste, mas existe uma certa beleza nela, talvez a beleza de refletir sobre a morte dos nossos próprios sonhos.

Link para assistir online: Réquiem Para um Sonho

Cotação: 5 estrelas

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Saló ou os 120 Dias de Sodoma



Mais uma obra dirigida por Pier Paolo Pasolini em 1975, baseada no livro de Marquês de Sade "Os 120 Dias de Sodoma".
Quatro fascistas sequestram um grupo de jovens composto por homens e mulheres servindo como escravos sexuais, e sendo obrigados a praticarem os mais diferentes tipos de orgias.
Este foi o último filme de Pasolini e talvez o mais incompreendido. Alguns até o julgam como pornográfico, no entanto, mesmo sendo ainda leiga no que diz respeito sobre a obra desse gênio, atrevo-me a dizer que sua vida, seus ideais estavam intimamente ligados à sua filmografia. Já disse que todos os filmes de Pasolini eram de cunho politico, eram uma crítica escancarada à política italiana e a igreja. Pier Paolo Pasolini era homossexual, ateu e comunista.
Se você tem interesse em assistir Saló, sugiro que desfaça-se de suas crenças sejam elas religiosas ou  por qualquer outro motivo e tente assisti-lo sobre o ponto de vista político. Porque muito mais que "um festival de orgias" como dizem por aí, o filme é um grito político contra o fascismo e contra todos os regimes ditatoriais.
Os 16 jovens presos em um castelo por seus algozes, viviam sempre nus, e tendo que aceitar as duras regras impostas por seus ditadores. Há cenas de estupro, cenas escatológicas, sadismo, tortura, coisas que imagino que um prisioneiro de guerra, ou prisioneiro preso na época da ditadura tenha visto de perto.
E você pode perguntar, por que usar "cenas apelativas" para fazer um filme político? Além de Pasolini ser à favor da nudez, quando você assiste o filme livre de preconceitos, você percebe que o ser humano tem seu lado sádico, caso contrário o filme não estaria na lista dos filmes mais polêmicos da história, não?


Como já disse, Pasolini gostava de trabalhar com atores amadores. As cenas apesar causarem certo desconforto até hoje, foram muito bem dirigidas e construídas, mesmo sendo forte, acredito que Saló seja absolutamente necessário para qualquer cinéfilo. Continuo batendo na tecla de que existem filmes com violência explícita absolutamente descartáveis e que não sei porque cargas d'água são tão cultuados, e existem aqueles em que a violência é necessária para uma reflexão sobre a sociedade e sobre nós mesmos, afinal, Saló não se resume a um "festival de orgias." Se você espera isso de uma obra-prima como esta, sugiro que não assista.
Link para assistir online: Saló ou os 120 Dias de Sodoma

Cotação: 5 estrelas