sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Luzes da Ribalta


"As luzes da Ribalta que a velhice abandona quando a juventude entra em cena. A história de uma bailarina e de um palhaço.."

E é assim que se inicia este espetáculo dirigido por Chaplin em 1952, com uma das trilhas sonoras mais belas que já ouvi. Realmente não sei se conseguirei fazer um comentário à altura de Luzes da Ribalta porque creio eu que Chaplin tenha se superado nesta obra, não só como o grande cineasta que foi, mas também como ator e compositor de uma canção que certamente marcou os áureos tempos da sétima arte.
A história se passa em 1914 e Chaplin despido do seu famoso personagem "Carlitos", interpreta Calveiro, um ex-comediante que fez muito sucesso nos teatros, mas que foi esquecido com o tempo por causa da velhice. Morando em uma velha pensão, ele chega bêbado e sente cheiro de gás vindo de um dos quartos, ele então arromba a porta e encontra uma bela jovem: Theresa Ambrose (Claire Bloom) desacordada e a tira dali. Com a ajuda de um médico, Calvero a leva para o seu quarto e quando Theresa desperta ele pergunta a razão dela ter querido se matar. Ela então conta que seu sonho era ser uma bailarina, mas que agora suas pernas estavam paralisadas. Calveiro promete ajuda-la, mas ele também será ajudado.
Para quem gosta de Chaplin, ou pelo menos o admira e reconhece o valor que ele tem para o cinema, sabe que este é um trabalho completamente diferente dos outros. Trata-se de um drama e como Chaplin é mais conhecido pelas comédias que realizou, Luzes da Ribalta é um primor não só por mostrar a versatilidade de um gênio, porque Chaplin interpretando um artista desiludido, deprimido, mas que ainda encontra forças para ser solidário com outra artista, isso só comprova que ele (Chaplin) podia fazer qualquer coisa, interpretar qualquer papel, escrever roteiros que marcaram o mundo do cinema, e ainda compor uma belíssima canção como a de Luzes da Ribalta.
Creio eu que este seja mais um daqueles filmes atemporais. Será que o personagem Calveiro não seria o próprio Chaplin, sabendo que a velhice estava chegando, o cinema estava tomando novos rumos e ele teria que se despedir de Carlitos? Será que em 1952 as pessoas ainda riam do nobre vagabundo como nos tempos do cinema mudo? 
O filme me fez pensar também em tantos artistas que contribuíram para a arte, mas acabaram caindo no esquecimento, morrendo na miséria. Como a arte pode ser bela e ao mesmo tempo cruel! Decidi escrever sobre Chaplin no blog, e as postagens quase não tiveram visualizações! Não caro leitor, eu não estou cobrando que você curta minha página e nem siga meu blog. Mas é fato que se eu estivesse comentando sobre algum filme pipoca que esta em cartaz, eu já teria mil visualizações!
Nada contra filme pipoca, não me interpretem mal. Mas um gênio como Chaplin que deixou um legado importantíssimo para o cinema, e que inspirou tantos artistas da atualidade, merece ser homenageado sempre.
Luzes da Ribalta é a mais bela demonstração de amor à arte. O amor à música, dança, comédia, ao teatro, ao público! É uma linda e explícita demonstração de amor.

Cotação: 5 estrelas

Link para assistir online: Luzes da Ribalta

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